sábado, julho 07, 2012

Licenciados sem Direito a Diploma

Este Portugal está todo de pernas para o ar... Já não percebo, nada. Nos noticiários descrevem-se histórias de burlões que se fizeram passar por funcionários das finanças e roubaram as poupanças a idosos, no Alentejo... A polícia esforça-se em acções de esclarecimento, para proteger os mais incautos de cair em novas tentativas de burla... Se a polícia os apanha, o que acontece? - Certo! Vão para a cadeia! No telejornal dá-se conta de um falso médico que há vários anos consultava,com diploma falso... Os doentes vêm dizer que o Sr. Dr. até entendia do assunto e era competente! Foi descoberto e preso, o vigarista! A D. Branca anos a fio, praticamente, foi considerada o Robin dos Bosques português... Desmantelada a trafulhice... Cadeia! Burlões, ladrões, vigaristas... Justiça feita... Cadeia! Agora tendo em conta que cada um destes "profissionais do crime" teve de estudar a profissão que representou com competência, durante vários anos... Será que, como forma de reinserção social, ao saírem da cadeia, se forem apresentar o seu curriculum a uma universidade, e dando provas que dominam alguns conhecimentos teórico-práticos, obtêm equivalência a algumas cadeiras? Ou quem sabe um Diploma? Por estas e por outras que as cadeias portuguesas estão sobrelotadas e a politica portuguesa está cheia de...Licenciados!

terça-feira, julho 03, 2012

Quando for adulto, sei que não quero ser...Enfermeiro

Chamo-me André e tenho 13anos. Já pensei em fazer muitas coisas, quando chegar a idade adulta. Pensei em muitas profissões e até numa peça de teatro fiz de bombeiro e de polícia, nessa altura, fiquei indeciso entre as duas profissões. Mas ainda não me decidi por uma... Há muitas coisas que eu gosto de fazer e como sou bom aluno a várias disciplinas, fico ainda mais confuso. Podem pensar que podia seguir a profissão de alguém que eu admiro... E nisso, eu também já reflecti... Contudo essa reflexão só me trouxe uma certeza, a certeza do que não quero ser, quando for grande. Sabem... os meus pais são enfermeiros. Falam-me do seu trabalho com orgulho, falam-me dos dias mais felizes e dos dias mais tristes... Até já me tentaram convencer a optar pelo seu caminho... Mas eu, hoje, sei que concerteza, não vou ser enfermeiro! Pelos dias, em que falo com o meu pai e vejo o seu olhar fixo em mim, mas com o pensamento esquecido num quarto de hospital; Pelas folgas, cuidadosamente planeadas comigo e interrompidas por uma chamada urgente; Pelos dias de sol perdidos a dormir, após um turno da noite complicado; Pelas festas de Nata da escola, em que nunca tive presentes os dois! Faltava sempre um... Pelas noites em que adormecia com a minha mãe e acordava com o meu pai a sorrir para mim, antes de desmaiar de sono ao meu lado... Pelas despedidas apressadas... Pelas festas de aniversário, feitas à pressa... Entre o turno de um e o do outro... Tenho orgulho nos meus pais e na profissão que têm, mas ontem percebi, nos noticiários, que querem pagar aos enfermeiros, menos do que o salário mínimo nacional, que eu pensava ser para as profissões em que não tinha de se estudar muito... A minha mãe disse que paga mais à D. Maria, a srª a quem a minha mãe paga para cuidar da casa e de mim quando os meus pais estão a trabalhar. O que será que os enfermeiros fizeram de mal, para os colocarem de castigo? Será que estudaram pouco e tiraram más notas? Será que trabalham pouco? Será que não se dedicam, o suficiente? Será que os meus pais também vão ser castigados? Se os meus pais forem castigados também, vou ter de ir viver para casa dos meus avós, porque os meus pais não vão conseguir pagar as despesas... E a D. Maria também vai ficar sem trabalho... Vou ter de mudar de escola? Estou mesmo muito preocupado! Por tudo o que os meus pais deixaram de viver, por serem enfermeiros e porque as pessoas que mandam em Portugal não percebem o valor dos enfermeiros, eu tenho a certeza que... Quando for grande... Não quero ser enfermeiro!”